Pouco se fala em violência entre casais e namorados. Porém, por esse ser um tema de grande importância, decidimos falar um pouquinho sobre isso. Existem vários tipos de violência. A violência psicológica pode acontecer através de xingamentos, humilhações e controle do parceiro por ciúme. A violência moral pode ser vista através da divulgação de fotos íntimas, difamação e calúnias. A violência física pode envolver empurrar, esbofetear e agredir. Já a violência sexual pode ser identificada como estuprar e usar de ameaças para forçar uma relação sexual. Exemplos de violência patrimonial podem ocorrer quando se usa indevidamente o cartão de crédito do parceiro ou se destroem seus pertences. Todas essas formas de violência podem coexistir em relacionamentos íntimos.
Não é parte da natureza humana agredir quem se ama. Tratar o parceiro de modo violento é um comportamento aprendido. As práticas culturais, os amigos, familiares e pais ensinam o uso da agressão como forma de resolver conflitos.
É por isso que a violência nas relações amorosas deve ser prevenida ou eliminada o quanto antes. A vergonha, o medo de reações negativas e a falta de conhecimento de recursos de ajuda são alguns dos fatores que dificultam ou impedem a busca de ajuda. A exaustão emocional, a depressão e a baixa autoconfiança vivenciadas por pessoas que vivem esse tipo de relação inibem a busca de soluções que levem ao término da violência.
Para reconhecer se você está em um relacionamento abusivo, conheça alguns dos sinais:
· Em qualquer conversa é comum ele/ela fazer você sentir que não entende nada ou que está sempre errado/a;
· Quando você não concorda com ele/ela, ouve coisas como "você é louco/a", que "isso é coisa da sua cabeça" ou que você está fazendo drama à toa;
· Ele/ela se acha no direito de controlar a sua vida e as suas escolhas;
· Você faz coisas contra a sua vontade por medo de como ele/ela pode reagir. Ou ele/ela não respeita quando você diz "não", inclusive durante o sexo;
· Ele/ela "nunca te bateu", mas você costuma ter hematomas causados por ele/ela ou ele/ela usa a força física "para te acalmar";
· Ele/ela te fala que ninguém nunca vai te amar, te aceitar ou te querer além dele/dela;
· Ele/ela não reage bem às suas conquistas e às coisas boas que acontecem na sua vida;
· Ele/ela não te agride, mas desconta a agressividade batendo em mesas, portas e outros objetos;
· Ele/ela fala que em briga de homem e mulher outras pessoas não devem interferir e que seus problemas são "coisa de casal”;
· Ele/ela faz você sentir que a culpa por ele/ela ser agressivo/a ou ameaçador/a é sua.
Se você identificou alguns desses sinais em seu relacionamento, saiba que sair de uma relação violenta não é o primeiro desejo de pessoas que sofrem com experiências amorosas abusivas. Ao invés disso, desejam que a violência termine, mas não o namoro, o que dificilmente acontece.
Se você está em um relacionamento abusivo, a terapia é uma excelente ferramenta para te auxiliar. O tratamento utiliza técnicas para ampliar o repertório comportamental e conseguir sair desse tipo de relação. Para isso, alguns passos são muito importantes, como: tomar consciência do problema; deixar o relacionamento abusivo e proteger-se de recaídas.
Autoras: Carolina Aita Flores e Claudia Henrich Lopes, psicólogas do Centro de Terapia Cognitiva.
Referências:
MURTA, S. G. et al. Libertando-se de namoros violentos. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2014.
PAULA, F.; FARAH, T. 15 sinais que ajudam a definir um relacionamento abusivo.
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